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QUILOMBO DE CURAKANGO, O MAIOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

April 1, 2021

Mapa do provável local do Quilombo

No dia 1º de abril de 1831, há 190 anos atrás, em uma sexta-feira santa, acabava a batalha entre as milícias organizadas por fazendeiros da região de Macaé (que englobava na época Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabú) e as tropas lideradas pelo coronel ANTÃO VASCONCELOS, experiente militar que havia chegado ao Brasil com Dom João VI. O militar veio do Espírito Santo para liderar a batalha e acabar definitivamente com o Quilombo que durante anos foi o símbolo de resistência contra a escravidão, no Norte Fluminense.

Esse era o fim do MAIOR QUILOMBO do Estado do Rio de Janeiro. É mais um acontecimento histórico invisibilizado pelas autoridades locais e também pelo Governo do Estado, que nunca se interessou em realizar pesquisas arqueológicas ou iniciar levantamentos sobre o quilombo e suas batalhas travadas durante 2 décadas. Apesar dos esforços em sepultá-lo novamente, é o trabalho dos historiadores da região que mantém a lenda viva, do maior líder quilombola de terras fluminenses.

Segundo registros:

” … quilombo do pé do rio Macabu” foi atacado no dia 1º de Abril de 1831, uma Sexta-feira Santa. O capitão do quilombo (Curacango) negociou a rendição dizendo que se entregaria caso se prometesse que ele e a sua gente não seriam mortos, caso contrário ele iria morrer defendendo os seus. O comandante deu a sua palavra e todos se entregaram. Entretanto, o soldado José Nunes do Barreto deu um tiro no capitão do quilombo, e quando este tombou de joelhos, um outro soldado lhe atirou por trás. Então foram degolados todos os guerreiros que haviam se entregado.

Encerrados os combates, as milícias atearam fogo às casas e plantações, e atiraram os corpos dos mortos e feridos nos penhascos e na caverna sob a casa principal.
Para que seu exemplo não fosse esquecido, o corpo de Curacango foi retalhado, seus membros e tronco exibido nas fazendas e na Freguesia de Nossa Senhora das Neves. A cabeça, espetada numa lança, foi colocada na estrada de maior movimento da região, a do Farumbongo, onde permaneceu até decompor-se por completo. …”

Fonte: “Livro de Registro de Óbitos da Freguesia de Nossa Senhora das Neves e Santa Rita 1808-1847” escrito pelo Vigário João Bernardo da Costa Resende, conforme levantamento da Secretaria de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico – SEMAPH – de Macaé.

André Luiz S. Marinho

(Contramestre de capoeira Angola e pesquisador de cultura popular)

Veja mais sobre cultura brasileira:
Facebook – André Marinho
Instagram – @bondeangola

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