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Riachão – o maior sambista da Bahia

Foto de Riachão

“ … SE O RJ NÃO ESCREVER, A BAHIA NÃO CANTA …”

Nascido em novembro de 1921, CLEMENTINO RODRIGUES, cresceu ouvindo os TERNOS DE REIS da Bahia, antiga manifestação popular. Justamente a mesma que Hilário Jovino levou da Bahia para o RJ, que foi o embrião dos Ranchos Carnavalescos. Compôs seu primeiro samba com 12 anos e gostava de cantar sambas cariocas que ouvia na rádio.
Foi uma testemunha viva da transição do samba de roda baiano para o samba urbano. Considerado o maior representante de uma geração de boêmios baianos todos compositores de samba, podem ser citados: PANELA, EDIL PACHECO, Gordurinha, WALMIR LIMA, TIÃO MOTORISTA, BATATINHA e EDERALDO GENTIL.

O Mestre teve o protagonismo na Bahia, semelhante ao de “Ismael Silva” para o samba carioca e incomodado com a FRASE ACIMA DO TEXTO que ele um dia leu numa crítica especializada se dedicou a cantar e desenvolver o SAMBA BAIANO. Uma de suas grandes virtudes foi trazer para o samba o sotaque e os saberes do povo de sua terra. Seus grandes sucessos nacionais foram “Cada macaco no seu galho” (originada depois de uma briga com um ex-sócio de um estabelecimento comercial que não deu certo) e “VÁ MORAR COM O DIABO” (história de um conflituoso relacionamento amoroso). No âmbito regional foram vários como “Umbigão da baleia” (inspirado em uma enorme baleia que morreu encalhada na cidade) entre outros. Suas músicas foram gravadas por vários astros da MPB como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Cássia Eller e praticamente todos os cantores da geração do Axé Music, entre eles GANG DO SAMBA, trazendo o samba de roda do Recôncavo para a grande mídia. Também teve suas músicas gravadas por Jackson do Pandeiro (“Saia rota” e “Meu patrão”).

Seu nome começou a fazer sucesso na época da rádio em Salvador, era conhecido como “o cronista musical da cidade” cantando suas músicas e sambas cariocas na RÁDIO SOCIEDADE BAHIA, junto com o famoso humorista e compositor GORDURINHA. Nunca fez parceria musical e foi autor único de um vasto repertório. Por nunca ter saído de Salvador, sua carreira ficou restrita ao público regional até a década de 70 quando Caetano e Gil gravaram sua música “CADA MACACO NO SEU GALHO” com um enfoque crítico em relação ao Golpe Militar, o velho malandro baiano passa a ser conhecido nacionalmente.

Fez participações na TV e no cinema, como no filme “A grande feira” (1961) de Roberto Pires e “Pastores da noite” (1962) de Marcel Camus. Em 2008, uma tragédia abalou sua vida quando perdeu mulher e filhos em um acidente de carro, no Rio de Janeiro.

Riachão foi uma grande inspiração para toda a geração seguinte de bons compositores baianos como Roque Ferreira, Roberto Mendes e Nelson Rufino.

Seu velório foi restrito aos parentes, devido as proibições de aglomeração das autoridades sanitárias, por causa da epidemia do Corona vírus.
Depois disso tudo, ainda vamos cantar muito suas músicas.

Descanse em paz Mestre !!!!!

André Luiz S. Marinho

(Contramestre de capoeira Angola e pesquisador de cultura popular)

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