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Bimba – a lenda

Mte Bimba - Apresentação para Getúlio Vargas

É considerado um dos mestres mais importantes para a história da capoeira na Bahia e do Brasil. Batizado como Manoel dos Reis Machado, o apelido de Bimba o acompanhava desde pequeno, já que lhe foi dado, assim que nasceu, em 1899, pois é também como chamavam, na região, o órgão sexual masculino.

Filho de Luiz Cândido Machado, um famoso campeão de Batuque (antiga luta tradicional dos estivadores da Bahia), conhecia as artimanhas desta luta desde pequeno, herdou uma genética privilegiada somando força, agilidade e boa estatura. Aos 12 anos, conheceu um capoeirista chamado Nozinho Bento, famoso nos círculos da capoeira como Bentinho, que seria o seu mestre e mentor na arte da luta. O menino foi crescendo e sendo conhecido nas rodas de capoeira de Salvador.

Ganhou fama fazendo apresentações e participando de lutas de ringue, em Salvador, venceu todos lutadores baianos do seu tempo. Aproveitou esse momento e iniciou uma releitura da capoeira introduzindo elementos do batuque e de outras lutas. Muito procurado por jovens soteropolitanos cria uma luta chamada “regional baiana”.
Dessa forma ele se torna o primeiro mestre a abrir uma academia voltada para o ensino da capoeira, em 1932, no Engenho Velho de Botas. Graças a essa aproximação com as elites soteropolitanas também foi o primeiro a conseguir registro oficial do governo, dando o nome de Centro de Cultura Física e Capoeira Regional.
Sua academia fica famosa pelas novidades e regras datilografadas em folhas e coladas logo na entrada, como “Não beber”, “Não fumar”, entre outras. Também exigia dos alunos comprovação de emprego. Sua metodologia consistia em repetições de movimentos, que aumentavam conforme o tempo de treino do aluno e cumprimento de etapas chamadas por ele de “batismo”, “esquenta-banho” e “formatura”.

Em 1936, foi convidado para o desfile cívico de 2 de julho chegando a aparecer no jornal do dia seguinte e, em 1937, foi convidado para fazer uma apresentação para o então interventor da Bahia, General Juraci Magalhães (avô de Antônio Carlos Magalhães, o famoso ACM da Bahia) e várias outras autoridades civis. O Mestre nesse momento se esquivava do preconceito e da proibição legal, já que a capoeira ainda era considerada crime pelo Código Penal de 1890, e vira uma celebridade na Bahia.

Nesse ano Getúlio Vargas flexibilizou a repressão à prática da capoeira a permitindo, sob certas condições, depois sua proibição foi revogada pelo Código Penal de 1940. Com dificuldades financeiras Mestre Bimba saiu da Bahia, na década de 70, para dar aula em Goiás a convite de um aluno e em 05 de fevereiro de 1974, há 45 anos, em Goiânia, vitimado por um derrame cerebral, numa quarta-feira, dia de Xangô, seu orixá, ele fez a passagem.

Obs: Há foto foi registro de uma apresentação que o Mestre fez para Getúlio Vargas, em 1953. Já com a luta descriminalizada e sendo usada como propaganda política do Governo da época.

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André Luiz S. Marinho

(Contramestre de capoeira Angola e pesquisador de cultura popular)

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